Dia de trabalho cheio, ainda tenho uma reunião com um cliente às 19:00h, em Jardim Camburi.
Após pegar os meninos na escola e deixá-los em casa, tenho um grande engarrafamento até o destino final. Na cabeça vem o riff de Grace, música do álbum homônimo (e único) do Jeff Buckley. Giro o spinning wheel do iPod, escolho o disco e começa “Mojo Pin”.
Não sei quem me deu a dica desse disco, mas ele passou batido por mim até 2007. Daí pra frente, foi para a prateleira dos meus grandes álbuns de todos os tempos.
Com uma sonoridade rocker bem setentista, o álbum mescla baladas e rocks em excelentes arranjos e com uma performance vocal maravilhosa desse artista que tão cedo se foi, deixando oficialmente este disco como seu único legado.
Ponte de Camburi. Tudo travado e começa “Last Goodbye”. Pra quem é fã de Led Zeppelin (como eu), esta música bate forte. A melodia é lindíssima e o arranjo das cordas me remete aos climas marroquinos que permeavam algumas canções do Zep. Terminada a música, me dou conta de que andei cerca de 0,5 km sem nem notar…
Logo depois, Lilac Wine. Um bálsamo… Não conheço a versão original desta composição do James Shelton, mas acho que nem preciso. A do JB já me enche a alma de “joyness”. Ah, o Jeff Beck também fez uma versão dessa música em seu álbum “Emotion & Comotion” que também vale a pena conhecer. Detalhe: acredito que este último Jeff (o guitarrista) estava ouvindo muito o seu xará Buckley quando gravou esse disco, pois também incluiu nele “Corpus Christi Carol”, a qual faz parte de Grace. Ou teria sido apenas uma belíssima coincidência?
Chegando ao destino, vai terminando “So Real” e não sei se desligo o player ou se deixo vir a próxima. Olho no relógio, ainda restam bem poucos minutos para a hora marcada e resolvo ouvir “Hallelujah”. HINO !!! HINO !!! Putz !!! Que som de guitarra, que voz, que interpretação !!! Pra mim, é a versão definitiva desta composição do Leonard Cohen. Se fosse possível, eu baixava um decreto proibindo qualquer outra regravação da mesma. Fim da música, alma lavada, vou leve para a reunião.
No retorno pra casa, trânsito bem tranquilo, não deu pra ouvir o disco todo mas terminei com “Corpus Christi Carol”, que, com sua leveza, foi o bastante para deixar a mente calma, pronta para dormir de forma serena.